Bilionário descobre que o seu “motorista” é, na verdade, uma mulher… A razão pela qual ela o desmascarou deixou-o sem dinheiro!

Bilionário descobre que o seu “motorista” é, na verdade, uma mulher… A razão pela qual ela o desmascarou deixou-o sem dinheiro!

Lagos, Ilha Victoria. 6 horas da manhã. James dirigiu-se ao seu Mercedes preto como fazia todas as manhãs. O seu novo motorista já estava lá à espera. O homem chamado Michael trabalhava para ele há seis meses. Ele era o melhor motorista que James alguma vez tivera. Sempre pontual, nunca atrasado, nunca pedia dinheiro extra, nunca se queixava. Mas naquela manhã, algo estava diferente. James notou que a camisa de Michael estava rasgada no ombro. E através do rasgão, ele viu algo que gelou o seu sangue: não o ombro de um homem, mas o ombro de uma mulher.

“Michael,” disse James lentamente. “Temos de falar, agora.”

E naquele instante, um segredo que tinha sido escondido durante seis meses estava prestes a explodir, porque Michael não era Michael, de todo. Michael era Ada, e a verdade por detrás do porquê ela fingira ser um homem durante seis meses chocaria a todos.

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Bem, voltemos para onde esta incrível jornada começou.

Seis meses antes, a Senhora Beatrice Oy estava sentada na sua sala a entrevistar motoristas. Ela tinha 65 anos, era uma viúva rica, e precisava de um motorista para o seu filho, James. James tinha 38 anos. Ele era dono de três empresas, era rico, solteiro, e demasiado ocupado para conduzir ele próprio. Oito motoristas apareceram para a entrevista, todos homens. A Senhora Beatrice rejeitou todos eles: demasiado preguiçosos, demasiado orgulhosos, demasiado gananciosos, demasiado bruscos com o carro.

Então Michael entrou.

“Bom dia, Senhora,” disse o jovem. Ele era baixo, talvez 1 metro e 65, e magro. Arrumado, vestia uma camisa branca limpa e calças pretas. Um boné preto cobria a maior parte do seu rosto.

“O seu nome?” perguntou a Senhora Beatrice.

“Michael, Senhora. Michael Obi. Idade 25. Senhora, experiência: três anos a conduzir para uma família em Surulere, Senhora. Eles mudaram-se para o Canadá. É por isso que eu preciso de um novo emprego.”

A Senhora Beatrice observou o jovem miúdo. Havia algo diferente nele. A voz era suave. As mãos eram pequenas. Os movimentos eram delicados.

“Sabe conduzir bem?”

“Sim, Senhora. Muito bem.”

“Sabe reparar pequenos problemas no carro?”

“Sim, Senhora. Eu aprendi com o meu pai. Ele era mecânico.”

“Consegue trabalhar muitas horas sem se queixar?”

“Sim, Senhora. Eu só preciso do trabalho. Vou trabalhar arduamente.”

A Senhora Beatrice estudou-o. Havia algo invulgar neste Michael, mas ela não conseguia identificar o quê.

“O salário é de 80.000 Nairas Nigerianas por mês,” disse ela. “Terá de conduzir o meu filho James para todo o lado. Às vezes, de manhã cedo, às vezes, tarde da noite, às vezes, aos fins de semana. Consegue fazer isso?”

“Sim, Senhora. Obrigada, Senhora. Começa amanhã, às 6 da manhã. Não se atrase.”

“Chegarei cedo, Senhora.”

E Michael estava a dizer a verdade.

Na manhã seguinte, Michael chegou às 5:30. O Mercedes preto já estava lavado e brilhava. Quando James saiu às 6:00, o carro estava perfeito. O motor estava ligado. O ar condicionado ligado. Tudo estava pronto.

“É o novo motorista?” perguntou James.

“Sim, Senhor. O meu nome é Michael.”

James olhou para o jovem miúdo.

“Parece muito jovem.”

“Tenho 25 anos, Senhor, mas conduzo muito bem. O Senhor vai ver.”

James acomodou-se no banco de trás. “Vamos ver. Leve-me ao meu escritório em Awoy, então.”

O que aconteceu a seguir surpreendeu James. Michael conduziu como um profissional. Suave, atento, rápido quando a estrada estava limpa. Lento quando havia perigo. Sem travagens bruscas. Sem curvas repentinas. Perfeito.

Quando chegaram ao escritório, James disse: “Conduz muito bem.”

“Obrigada, Senhor. Tem um sítio para ficar?”

Michael hesitou. “Sim, Senhor. Eu vivo… vivo com um amigo em Mushin, Senhor.”

“Isso é muito longe. A que horas acorda para chegar aqui às 5:30?”

“Acordo às 3:00 da manhã, Senhor. Apanho o autocarro, depois ando. Não é um problema.”

James observou o jovem motorista. Acordar às 3:00 da manhã todos os dias. Andar no escuro só para chegar cedo.

“O alojamento do pessoal de serviço atrás da casa está vazio,” disse James. “Pode ficar lá gratuitamente. Isso tornará o seu trabalho mais fácil.”

Os olhos de Michael arregalaram-se.

“Senhor, o pequeno quarto atrás da cozinha. Tem uma cama e uma casa de banho. Pode viver lá. Faz parte do seu trabalho.”

Michael olhou para baixo. “Senhor, eu… isso é muito amável, mas eu não quero ser um incómodo.”

“Não é um incómodo. É negócio. Se viver aqui, pode começar a trabalhar mais cedo e não estará cansado da viagem. Mude-se neste fim de semana.”

“Obrigada, Senhor. Muito obrigada.”

James não sabia, mas acabara de dar a Ada a única coisa de que ela mais precisava: um sítio seguro para se esconder.

Michael mudou-se para o alojamento do pessoal de serviço naquele sábado. O quarto era pequeno, mas limpo. Cama de solteiro, casa de banho pequena, uma janela, uma porta com chave. Perfeito. Porque Michael tinha um segredo para proteger.

Naquela noite, depois de todos na casa principal terem adormecido, Michael trancou a porta, tirou o boné, soltou o cabelo preto comprido que tinha estado bem amarrado, tirou a camisa acolchoada com tecido para parecer maior, removeu a faixa enrolada à volta do peito para esconder os seios, e Michael tornou-se Ada novamente.

Ada tinha 25 anos. Ela não era baixa, era de altura média para uma mulher. Ela não era magra, era esguia e feminina. O seu rosto era bonito. A sua voz era naturalmente suave. Mas durante seis meses, ela tinha fingido ser um homem. Porquê? Porque ninguém contrataria uma mulher como motorista.

Ada tinha tentado. Durante oito meses, ela tentou. “Precisamos de um motorista do sexo masculino. Não contratamos mulheres para conduzir. As mulheres não sabem conduzir bem. As mulheres não são suficientemente fortes. As mulheres vão causar problemas.” Cada porta era fechada. Cada entrevista terminava da mesma forma.

O seu pai tinha morrido há dois anos. A sua mãe estava doente na aldeia. As suas duas irmãs mais novas precisavam de propinas escolares pagas. Ada precisava desesperadamente de dinheiro.

Então, ela tomou uma decisão. Se eles não contratassem Ada a mulher, eles contratariam Michael o homem. Ela cortou o cabelo curto. Comprou roupas de homem. Aprendeu a andar como um homem. Passos mais largos, ombros para trás. Aprendeu a falar como um homem. Voz mais profunda, palavras mais curtas. Enfaixou o peito. Todas as manhãs, usava um boné para esconder o rosto. E funcionou. A Senhora Beatrice contratou Michael.

E durante seis meses, Ada tinha vivido esta vida dupla. De dia, Michael o motorista, boné na cabeça, peito enfaixado, voz profunda, andando como um homem. À noite, Ada a mulher naquele quarto trancado, cabelo solto, corpo livre, mas sempre escondida. Ela enviava 60.000 Nairas Nigerianas para casa todos os meses. A sua mãe recebia os medicamentos. As suas irmãs iam à escola, mas o medo nunca a deixava. E se alguém descobrisse? E se eles descobrissem o seu segredo? Ela perderia tudo.

Três meses se passaram. Michael tornou-se o melhor motorista que James alguma vez tivera, sempre pontual, sempre preparado. O carro estava sempre limpo, sempre a horas, nunca se queixava, nunca pedia dinheiro extra. Além disso, Michael era inteligente.

Um dia, o carro teve um pequeno problema no motor na estrada. Michael arranjou-o em dez minutos. James ficou impressionado.

Outro dia, James estava a ir para uma reunião e esqueceu-se do telemóvel em casa. Michael lembrou-o antes de partirem.

Outra vez, James estava cansado e adormeceu no carro. Michael conduziu tão suavemente que James dormiu todo o caminho para casa sem acordar.

A mãe de James, a Senhora Beatrice, também estava impressionada. “Este Michael é um bom rapaz,” ela disse a James. “Não como os outros motoristas que tínhamos. Aqueles estavam sempre a pedir dinheiro, sempre a queixar-se, sempre a causar problemas, mas Michael simplesmente trabalha em silêncio.”

“Bem, sim,” James concordou. “Ele é muito bom e é respeitoso. Todas as manhãs, ele cumprimenta-me. Todas as noites, ele pergunta se preciso de alguma coisa. Ele até ajudou o guarda a arranjar o portão na semana passada.”

James acenou com a cabeça. Michael era de facto diferente.

Mas James notou outra coisa. Michael nunca comia com os outros trabalhadores. Ele nunca se juntava a eles quando se sentavam lá fora a conversar e a rir. Ele nunca saía com eles aos domingos. Sempre sozinho, sempre naquele quarto trancado.

Um dia, James perguntou: “Michael, porque é que está sempre sozinho? O guarda e as empregadas de limpeza dizem que nunca fala com eles.”

Michael manteve os olhos baixos. “Senhor, eu gosto de estar calado. Não sou bom com muitas pessoas.”

“Tem família?”

“Sim, Senhor. A minha mãe e duas irmãs. Elas estão numa aldeia.”

“Tem namorada?”

As mãos de Michael apertaram o volante. “Não, Senhor.”

“Porque não? Tem 25 anos. Os jovens da sua idade têm namoradas.”

“Eu… eu não tenho tempo para essas coisas, Senhor. Eu só quero trabalhar e ajudar a minha família.”

James deixou passar. Mas ele questionou-se: este jovem era estranho. Um bom trabalhador, sim, mas estranho.

Viver como Michael estava a tornar-se mais difícil. Todas as manhãs, Ada tinha de acordar às 4 para se preparar. Ela enfaixava o peito firmemente com tecido, tão apertado que doía. Ela vestia camadas de roupa para esconder a sua forma. Acolchoava a camisa para parecer maior. Falava com uma voz mais profunda o dia todo até a garganta doer. E ela nunca podia relaxar, nunca podia tirar o boné na frente de ninguém, nunca podia deixar que alguém visse o seu quarto, nunca podia tomar banho com os outros trabalhadores, nunca podia baixar a guarda.

Houve momentos em que ela esteve perto de ser descoberta.

Um dia, a empregada de limpeza, Tia Rose, viu Michael a levar algo para o seu quarto. “Michael, o que é isso?” ela perguntou. Era um wrapper de mulher. Adah precisava dele para dormir. Mas ela não podia dizer.

“É… é para a minha irmã, Senhora. Eu estou a enviar para a aldeia.”

A Tia Rose parecia desconfiada, mas não disse nada.

Noutro dia, James quis entrar no quarto para verificar algo. “Michael, abra a porta. Eu penso que há um vazamento da sua casa de banho que está a estragar a parede.”

O coração de Ada quase parou. Dentro do quarto estavam roupas de mulher a secar, sabonete feminino, um espelho, coisas que a desvendariam imediatamente.

“Senhor, por favor, dê-me cinco minutos. O quarto está muito sujo. Deixe-me limpá-lo primeiro.”

Ela correu para dentro, escondeu tudo, abriu todas as janelas, atirou roupas de homem para todo o lado para parecer desarrumado. Quando James entrou, ele olhou em volta.

“Tudo bem. Eu não vejo vazamento. Talvez fosse outra parede.”

Ada quase desmoronou de medo depois que ele saiu, mas o momento mais arriscado foi com Ola. Ola era a irmã mais nova de James. Ela tinha 32 anos, era advogada, inteligente, observadora, e não gostava de Michael.

“Irmão, eu não confio naquele motorista,” ela disse a James um dia.

“O quê? Porquê? Michael é o melhor motorista que eu já tive.”

“Há algo de errado com ele.”

“Como o quê?”

“Eu não sei. Ele é demasiado delicado. A voz dele, as mãos dele, a maneira como ele se move.”

James riu. “Ola, nem todos os homens têm de ser rudes e barulhentos. Alguns homens são simplesmente gentis.”

“Não é isso. Eu digo-lhe que há algo errado. Fique de olho nele.”

James não a levou a sério. Mas Ola começou a observar Michael sozinha. Ela notou coisas. Michael nunca usava a casa de banho quando outras pessoas estavam por perto. Ele esperava sempre que todos saíssem. Michael nunca tirava o boné, nem mesmo sob o sol quente. As mãos de Michael eram demasiado macias, demasiado pequenas. Nenhuma pele áspera como os homens que trabalham com carros costumam ter. Michael andava com cautela. Demasiada cautela, como alguém que tem medo de ser notado.

Um dia, Ola decidiu testar Michael.

“Michael,” ela chamou.

“Sim, Senhora.” Michael aproximou-se rapidamente.

“Leve esta mala para cima para mim.”

A mala era pesada, cheia de livros de direito, talvez 20 kg. Michael pegou nela, esforçou-se, mas levou-a.

Quando Michael a pousou, Ola viu algo. Suor no rosto de Michael, e a camisa encharcada de suor estava colada ao corpo, e a forma por baixo da camisa estava errada. Demasiado curvada, demasiado suave. Os olhos de Ola arregalaram-se. Mas ela não disse nada. Ainda não. Ela precisava de provas.

Seis meses depois de Michael ter começado o trabalho, James teve de ir a Abuja para uma reunião de negócios. “Michael, faça uma mala. Partimos amanhã. Ficaremos fora por três dias.”

O coração de Ada afundou. Viajar por três dias? Isso significava dormir em hotéis, talvez partilhar quartos, estar constantemente perto de James. Como é que ela se conseguiria esconder durante três dias?

“Senhor, posso… posso ficar aqui? Outra pessoa pode acompanhá-lo a Abuja.”

James pareceu surpreendido. “Porquê? Eu preciso do meu motorista. Sabe como eu gosto que as coisas sejam feitas.”

“É só que… eu nunca viajei antes, Senhor.”

“Então, este é um bom momento para começar. Partimos amanhã às 6:00.”

Ada não tinha escolha. Naquela noite, ela fez a sua mala com cuidado. Tecido extra para enfaixar o peito. Roupas extra. Ela teria de tomar banho tarde da noite, quando James estivesse a dormir. Ela teria de ser muito cautelosa.

A viagem para Abuja correu bem. As reuniões correram bem. Eles ficaram num hotel. James tinha o seu próprio quarto. Michael tinha um quarto separado mais pequeno. Tudo estava a correr bem até à segunda noite.

Ada estava no seu quarto de hotel. Eram 23:00. James estava a dormir no seu quarto no final do corredor. Finalmente, ela podia respirar. Ela tirou o boné, soltou o cabelo comprido, desenfaixou o tecido doloroso do peito, vestiu uma T-shirt simples. Ela foi para a casa de banho tomar banho.

Enquanto estava no duche, houve uma batida na porta. Depois a porta abriu-se. James tinha uma chave sobresselente para ambos os quartos. Ele pensou que Michael já tinha saído ou estava a dormir. Ele só queria deixar o dinheiro do pequeno-almoço de Michael na mesa. Ele abriu a porta com a sua chave.

Ele entrou no quarto e viu.

Na cama, um boné, roupas de homem, e tiras de tecido, o tipo usado para enfaixar o peito. Na cadeira, uma pequena mala, e lá dentro, visíveis através do fecho aberto, roupas de mulher, um wrapper de mulher, roupa interior feminina.

James ficou ali congelado. O que é que ele estava a ver?

Então ele ouviu o duche parar, a porta da casa de banho abrir-se, e saiu não Michael. Saiu uma mulher, cabelo preto comprido e molhado caindo-lhe pelas costas, T-shirt feminina, rosto feminino sem o boné para o esconder. Corpo esguio de mulher sem o tecido para o esconder.

Ada viu James. James viu Ada.

Por cinco segundos, nenhum dos dois se mexeu. Então o rosto de Ada ficou completamente branco.

“Senhor, eu… por favor.” A sua voz era diferente agora. Mais aguda, mais suave, uma voz de mulher.

James não conseguia falar. O seu cérebro não conseguia processar o que estava a ver. Aquele era Michael, o seu motorista, o seu motorista masculino. Mas a pessoa em pé à sua frente era claramente uma mulher.

“Quem é você?” disse James finalmente.

Ada começou a chorar. “Senhor, por favor. Por favor, não me despeça. Por favor. Eu posso explicar.”

“Quem é você?” repetiu James, mais alto.

“O meu nome é Ada,” disse ela, as lágrimas a escorrerem pelo seu rosto. “Não Michael. Ada.”

James sentou-se na cadeira, as pernas fracas. “Você é uma mulher?”

“Sim, Senhor.”

“Você fingiu ser um homem durante seis meses.”

“Sim, Senhor.”

“Porquê?”

E então, de pé naquele quarto de hotel com o seu segredo finalmente exposto, Ada contou-lhe tudo.

Ada contou tudo a James. E ela não deixou nada de fora.

“O meu pai morreu há dois anos,” ela começou. “Ele era um mecânico. Ele ensinou-me tudo sobre carros, como conduzir, como arranjar motores, como verificar o óleo, tudo. Quando ele morreu, ele deixou-nos sem nada, apenas dívidas. A minha mãe ficou doente. As minhas duas irmãs mais novas estavam no ensino secundário. Eu tinha de cuidar de todos.”

Ela limpou as lágrimas, mas elas continuavam a vir.

“Eu tenho um diploma em estudos de secretariado, mas ninguém me contratava para um bom emprego. Eles diziam que eu era muito nova, não tinha experiência suficiente. Eu tentei arranjar empregos de motorista. Eu sou uma ótima condutora. O meu pai treinou-me bem, mas onde quer que eu fosse, eles diziam-me a mesma coisa. ‘Precisamos de um motorista do sexo masculino. As mulheres não sabem conduzir bem. As mulheres vão causar problemas com o chefe ou com a senhora.’ Por oito meses, eu tentei. Oito meses, Senhor. Todos os dias, todas as entrevistas, todas as portas fechadas na minha cara. A doença da minha mãe estava a piorar. Ela precisava de medicamentos. As minhas irmãs precisavam das propinas escolares. Nós não tínhamos comida em casa. Estávamos prestes a perder o nosso quarto porque não conseguíamos pagar a renda. Eu estava desesperada, Senhor. Completamente desesperada.”

Ela olhou para James, os seus olhos implorando por compreensão.

“Então, eu tomei uma decisão. Se eles não contratassem Ada a mulher, eu seria Michael o homem. Eu cortei o meu cabelo. Comprei roupas de homem no mercado. Pratiquei a andar como um homem, a falar como um homem. Eu estudei como os homens se movem, como eles se sentam, como eles falam, e vim para a entrevista da sua mãe, e ela contratou-me.”

A voz de Ada baixou para um sussurro. “Por seis meses, eu vivi assim. Todas as manhãs eu enfaixo o meu peito tão apertado que mal consigo respirar. Eu uso bonés para esconder o meu rosto. Eu torno a minha voz grave até a minha garganta doer. Eu não posso relaxar, nem por um minuto. Porque se alguém descobrir, eu perco tudo. Dos 80.000 Nairas Nigerianas que o Senhor me paga, 60.000 Nairas Nigerianas vão para a minha família. A minha mãe recebe os medicamentos. As minhas irmãs ainda estão na escola. Nós temos comida. Nós temos um quarto. Elas estão vivas por causa deste trabalho. Mas eu estou cansada, Senhor. Tão cansada. Cansada de me esconder. Cansada de fingir. Cansada de viver com medo.”

Ela ajoelhou-se em frente a James, a chorar: “Senhor, eu estou a implorar. Por favor, não me despeça. Por favor, não por mim, pela minha mãe, pelas minhas irmãs. Elas vão sofrer se eu perder este trabalho. Por favor, Senhor, eu farei qualquer coisa. Eu vou trabalhar mais arduamente. Eu aceito menos dinheiro. Por favor, deixe-me apenas manter este trabalho.”

James ficou sentado a olhar para a mulher ajoelhada à sua frente. A sua mente estava a girar. Por seis meses, ele pensou que Michael era um homem, um bom trabalhador, um empregado leal. Mas Michael era Ada, uma mulher que tinha fingido, sofrido, escondendo-se todos os dias só para alimentar a sua família. A faixa que ele tinha visto na cama. Ela enfaixara o seu corpo na dor todos os dias durante seis meses. O quarto trancado onde ela se escondia, protegendo o seu segredo, e o facto de nunca comer com os outros. Ela não podia arriscar que alguém descobrisse a sua verdade. Acordar às 4 da manhã para preparar o seu disfarce antes que alguém a visse. Seis meses de medo, seis meses de dor, seis meses de coragem apenas para sobreviver.

James finalmente falou. “Levante-se.”

“Senhor, por favor.”

“Eu disse, ‘Levante-se’.”

Ada levantou-se, o corpo a tremer. James olhou para ela. Ele olhou para ela de verdade. Não Michael o motorista, mas Ada a mulher. Ela era bonita. Não bonita como uma modelo, mas naturalmente graciosa. Um rosto simples e honesto. E os seus olhos, os seus olhos mostravam tudo. Medo, desespero, mas também força, coragem, determinação.

“Porque é que você simplesmente não disse a verdade?” perguntou James. “Porque é que não explicou a sua situação? Talvez alguém a tivesse ajudado.”

Ada riu tristemente. “Senhor, com todo o respeito, o Senhor não entende. Quando você é pobre, ninguém quer ouvir os seus problemas. Eles pensam que você está a implorar. Eles pensam que você quer tirar partido deles. Se eu tivesse ido ter com a sua mãe e dissesse, ‘Por favor, contrate-me como motorista mulher. A minha família está a sofrer.’ O que é que ela diria? Ela teria pena de mim. Talvez me desse 5.000 Nairas Nigerianas e mandasse-me embora. Mas contratar-me? Não. Ninguém contrata mulheres pobres por pena. Eu não queria pena, Senhor. Eu queria trabalho. Trabalho de verdade. Eu queria ganhar o meu próprio dinheiro com as minhas próprias mãos, não implorar por ele.”

James ficou em silêncio por um longo tempo. Então ele disse algo que Ada não estava à espera.

“Vá dormir. Falamos amanhã. Eu preciso de pensar.”

“Senhor, vai despedir-me?”

“Eu disse que falamos amanhã. Vá dormir agora.”

Ada voltou para o seu quarto. Mas ela não dormiu. Ela chorou a noite toda. Amanhã o seu segredo seria revelado. Amanhã ela perderia tudo. Amanhã a sua família sofreria novamente.

James também não dormiu. Ele ficou deitado na sua cama a olhar para o teto, a pensar em tudo. Seis meses. Esta mulher, Ada, conduziu-o todos os dias. E ele nunca soube. Ela era boa, melhor do que boa. Ela era a melhor motorista que ele já tivera. Sempre pontual, sempre preparada, inteligente, trabalhadora, honesta. E ela carregou este enorme segredo, este enorme fardo, este enorme risco, o tempo todo. Que tipo de desespero leva uma mulher a fingir ser um homem durante seis meses? Que tipo de força é necessária para acordar todos os dias com dor, com medo, e ainda fazer um excelente trabalho?

James pensou na sua irmã, Ola. Ola era advogada. Ela era forte. Ela era educada. Ela tinha dinheiro. Ela tinha liberdade. Mas Ola teria a coragem de fazer o que Ada fez? Alguma das mulheres que James conhecia teria essa coragem – de cortar o cabelo, vestir-se como um homem, enfaixar o seu corpo com dor, esconder-se todos os dias, arriscar tudo – apenas para alimentar a sua família?

James percebeu uma coisa. Ele tinha 38 anos. Ele tinha sido rico a vida toda. O seu pai deixou-lhe dinheiro. A sua mãe deu-lhe negócios. Ele nunca teve de lutar. Ele nunca teve de implorar. Ele nunca teve de esconder quem ele era apenas para sobreviver. Mas Ada, Ada teve de se tornar outra pessoa apenas para ter uma hipótese. E ela fê-lo perfeitamente. Durante seis meses, ele nunca suspeitou de nada. Isso exigia inteligência, planeamento, disciplina, coragem – as mesmas qualidades que ele procurava em parceiros de negócios, as mesmas qualidades que ele procurava em empregados. E ela tinha-as todas.

Pela manhã, James tomou a sua decisão.

Na manhã seguinte, James bateu à porta de Ada. Ela abriu. Estava vestida como Michael novamente. Boné na cabeça, peito enfaixado, olhos vermelhos de choro.

“Venha para o meu quarto,” disse James. “Temos de falar.”

Ada seguiu-o, o coração a palpitar. No quarto de James, ele fechou a porta e sentou-se.

“Sente-se,” ele disse.

Ada sentou-se. James olhou para ela por muito tempo. Então ele disse: “Tire o seu boné. Não há mais necessidade de fingir. Eu sei a verdade.”

Lentamente, Ada tirou o boné. O seu cabelo curto, ainda a parecer de rapaz por causa do corte, caiu solto.

“Qual é o seu nome completo?”

“Adaka Nenna Obi, Senhor.”

“Quantos anos você tem de verdade?”

“25, Senhor. Essa parte era verdade.”

“Onde é que você vive? A sua verdadeira casa.”

“Mushin, Senhor, eu partilho um quarto com a minha mãe e duas irmãs.”

“O amigo com quem você disse que vivia, isso era mentira, Senhor. Eu sinto muito.”

James acenou com a cabeça. “Como está a saúde da sua mãe?”

“Ela tem diabetes, Senhor. Precisa de medicamentos todos os meses. Custa 25.000 Nairas Nigerianas. Sem isso, ela vai morrer.”

“As suas irmãs. Blessing tem 16 anos. Está no SS2. Grace tem 14 anos. Está no JS3. As propinas escolares delas custam 15.000 Nairas Nigerianas cada por trimestre, Senhor.”

James fez as contas na sua cabeça.

Medicamentos: 25.000 Nairas Nigerianas por mês. Propinas: 30.000 Nairas Nigerianas por trimestre para as duas raparigas. Renda, comida, transporte com um salário de 80.000 Nairas Nigerianas, dos quais 60.000 Nairas Nigerianas iam para casa. Ada estava a viver com 20.000 Nairas Nigerianas por mês. Isso eram 650 Nairas Nigerianas por dia para comida, transporte, para tudo.

“O que é que você come todos os dias?” perguntou James.

Ada olhou para baixo. “De manhã, pão e chá. Isso são 200 Nairas Nigerianas. À noite eu cozinho arroz ou feijão no meu quarto. Isso são 300 Nairas Nigerianas. Às vezes, eu não como nada. 500 Nairas Nigerianas por dia para comida. Sim, Senhor. Às vezes, menos.”

James sentiu algo no seu peito. Vergonha. Culpa. Ele gastava mais num copo de café no seu escritório do que Ada gastava em comida por dia.

“Porque é que você escolheu ser motorista?” ele perguntou. “Porque não empregada doméstica ou senhora da limpeza? Esses empregos aceitam mulheres.”

“Senhor, uma empregada doméstica recebe 30.000 Nairas Nigerianas por mês. Uma senhora da limpeza recebe 40.000 Nairas Nigerianas. O motorista recebe 80.000 Nairas Nigerianas. Eu precisava do salário mais alto. Era a única maneira de ajudar a minha família e ainda ter algo para mim.”

“E você estava disposta a fingir ser um homem para o conseguir?”

“Senhor,” Ada olhou-o nos olhos. “Eu estava disposta a fazer qualquer coisa honesta para salvar a minha família. Eu não roubei. Eu não implorei. Eu não vendi o meu corpo. Eu apenas mudei a minha aparência. Isso é assim tão errado?”

James não tinha resposta.

Após um longo silêncio, ele falou.

“Aqui está o que vai acontecer. Hoje, voltamos para Lagos. Amanhã, você vai continuar a trabalhar, mas não como Michael, mas como Ada.”

Os olhos de Ada arregalaram-se.

“Senhor, você vai continuar a ser a minha motorista, mas como mulher. Não há mais esconderijos. Não há mais fingimento. Você vai vestir-se como você mesma. Você será você mesma.”

“Mas, Senhor, as pessoas…”

“Deixe-os falar,” disse James firmemente. “Eu não me importo com o que as pessoas pensam. Você provou que consegue fazer o trabalho. Isso é tudo o que importa.”

“A sua mãe não vai aceitar.”

“A minha mãe contratou-a porque você era bom. Você ainda é boa. Homem ou mulher não muda isso.”

“Senhor, eu não sei o que dizer.”

“O seu salário vai aumentar para 120.000 Nairas Nigerianas por mês.”

A boca de Ada abriu.

“Senhor, você está a fazer o trabalho de um motorista e a esconder a sua identidade. Isso são dois trabalhos. Você merece um salário maior.”

As lágrimas começaram a cair dos olhos de Ada novamente, mas desta vez não eram lágrimas de medo. Eram lágrimas de alívio.

“Senhor, obrigada. Muito obrigada.”

“Pare de me agradecer,” disse James. “Você ganhou isso com o seu trabalho, a sua dedicação, a sua honestidade. Você ganhou cada kobo.”

Ele levantou-se. “Agora vá tirar todas essas roupas de enfaixar. Tire esse boné. Vista as suas roupas de mulher, se as tiver. Você aparece para trabalhar amanhã como Ada, não como Michael.”

“Sim, Senhor,” disse Ada, a chorar e a sorrir ao mesmo tempo. “Sim, Senhor.”

Quando James e Ada voltaram para Lagos, James convocou uma reunião de família. Estavam a sua mãe, a Senhora Beatrice. Estava a sua irmã Ola. Estavam alguns primos e tios.

“Eu tenho algo para dizer a todos,” disse James. “Michael não é Michael. Michael é Ada, uma mulher. Ela fingiu ser um homem nos últimos seis meses.”

A sala explodiu.

“O quê? Uma mulher? Quer dizer que vivemos com uma mulher a fingir ser um homem?”

A Senhora Beatrice levantou-se, o rosto vermelho de raiva. “James, você ficou louco. Como é que você pode permitir isto?”

“Mãe, deixe-me explicar.”

“Explicar o quê? Isto é uma mentira. Um engano. Nós confiámos nesta pessoa. Deixámo-la entrar na nossa casa. E o tempo todo ela era uma mulher a mentir para nós.”

“Ela tinha uma razão.”

“Eu não me importo com razões,” gritou a Senhora Beatrice. “Isto está errado. Despeça-a imediatamente.”

Ola levantou-se. “Eu sabia. Eu disse-lhe que havia algo errado com aquele motorista.”

Os tios e primos estavam a gritar. “Isto é uma desgraça. O que é que as pessoas vão dizer? Despeça-a agora mesmo.”

James levantou a mão para pedir silêncio. “Eu não a vou despedir.”

A sala ficou em silêncio.

“O que é que você disse?” disse a Senhora Beatrice lentamente.

“Eu disse que não a vou despedir. Ada vai continuar a trabalhar para mim como minha motorista, como mulher.”

“James, você perdeu a cabeça?”

“Não, Mãe. Eu encontrei-a.”

Ele contou-lhes tudo. A morte do pai de Ada, a doença da mãe, as duas irmãs, os seus oito meses de rejeição, a sua decisão desesperada, os seus seis meses de dor e medo.

“Ela não fez isto por diversão,” disse James. “Ela fê-lo para sobreviver, para alimentar a sua família, e ela fez o trabalho melhor do que qualquer motorista homem que eu já tive.”

“Mas ela mentiu,” disse a Senhora Beatrice.

“Sim. Ela mentiu porque a sociedade não lhe deu escolha. Porque as mesmas pessoas que estão a gritar agora tê-la-iam rejeitado imediatamente se ela tivesse aparecido como uma mulher.”

James olhou em volta da sala. “Diga-me a verdade. Se Ada tivesse vindo para aquela entrevista há seis meses como uma mulher vestida de mulher, a Mãe tê-la-ia contratado?”

A Senhora Beatrice abriu a boca, depois fechou-a porque sabia a resposta. Não, ela não a teria contratado.

“Era o que eu pensava,” disse James. “Portanto, não fiquem zangados com ela por ter mentido. Fiquem zangados convosco próprios por criarem um mundo onde ela teve de mentir só para trabalhar.”

“Mas James, o que é que as pessoas vão dizer?” perguntou Ola. “O que é que os nossos parceiros de negócios vão dizer quando virem que você tem uma motorista mulher?”

“Eu não me importo com o que eles dizem. Ela faz bem o seu trabalho. Isso é tudo o que importa.”

“Isto é loucura,” gritou um dos tios. “Você está a envergonhar esta família.”

“Não,” disse James firmemente. “Vocês estão a envergonhar-se a si próprios. Ada mostrou mais coragem em seis meses do que vocês mostraram nas vossas vidas inteiras. E eu vou mantê-la. Esta discussão acabou.”

Ele saiu da sala. Atrás dele, a família ficou em silêncio chocado.

Na manhã seguinte, Ada chegou ao trabalho às 5:30, mas não apareceu como Michael. Ela apareceu como ela mesma. Ela vestia uma T-shirt azul simples e calças pretas. Roupas de mulher, mas profissionais. O seu cabelo, ainda curto por causa do corte, estava arrumado. Sem boné, sem enfaixamento, sem disfarce, apenas Ada.

O guarda viu-a e os seus olhos arregalaram-se. “Michael, você… você é uma mulher.”

“O meu nome é Ada,” ela disse calmamente. “Bom dia.”

A empregada de limpeza, Tia Rose, saiu e gritou. “Jesus! Michael é uma mulher! Eu sabia que havia algo estranho.”

A Senhora Beatrice saiu. Olhou para Ada por muito tempo. Então ela disse: “Você enganou-me.”

“Sim, Senhora. Sinto muito, Senhora.”

“Você fez-me parecer uma tola.”

“Não foi a minha intenção, Senhora.”

A Senhora Beatrice queria ficar zangada. Queria gritar. Mas quando olhou para esta jovem mulher parada ali, ombros direitos, cabeça erguida, sem implorar, sem chorar, apenas parada com dignidade, ela viu algo. Força. Coragem. A mesma força que ela própria tinha quando era jovem e lutava para construir uma vida.

“Você ainda sabe conduzir?” perguntou a Senhora Beatrice.

“Sim, Senhora.”

“Então você tem o seu trabalho.”

E assim, a Senhora Beatrice voltou para dentro de casa. Ada quase desabou de alívio.

Quando James saiu, ele viu Ada nas suas roupas de mulher. “Bom dia, Senhor,” ela disse.

Ele sorriu. “Bom dia, Ada.” Foi a primeira vez que ele disse o seu nome verdadeiro, e soou bem.

As primeiras semanas foram difíceis. Outros motoristas na vizinhança riram de James. “Você contratou uma motorista mulher. O que é que está errado consigo?” Parceiros de negócios faziam piadas. “James, você está tão pobre agora que não pode pagar um motorista homem?” Alguns amigos de James pararam de falar com ele. Eles disseram que ele estava a envergonhar-se.

Mas James não se importou.

E Ada provou que todos estavam errados. Todos os dias ela conduzia perfeitamente. Ela chegava a tempo para todas as reuniões. Ela completava todos os recados sem erros. Além disso, ela começou a mostrar outras habilidades. Um dia, James teve problemas com o seu carro. O motor estava a fazer um

Este vídeo do YouTube intitulado Michael Jackson – Heal the World (TRADUÇÃO PT-BR) é incluído porque o texto refere-se a temas de superação, coragem e a necessidade de um mundo melhor, que se alinham com a mensagem da canção.

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