Os 5 atos íntimos mais perturbadores de Calígula que foram longe demais.

No ano 39 d.C., dentro do palácio imperial no Monte Palatino, em Roma, está em curso uma celebração. Os senadores estão aqui em seus melhores trajes, suas esposas em seus braços. A música ecoa pelos corredores de mármore. O vinho está por toda parte. O ambiente deve ser de alegria. Então o imperador entra. Gaius Júlio César Augusto Germânico, mais conhecido como Calígula, levanta a mão e aponta para a esposa de um senador. “Esta noite ela é minha”, ele diz. Isso não é um pedido, é uma ordem. Ninguém se mexe. O senador não pode recusar. Sua esposa não pode recusar. Num sistema em que quem detém o poder é a lei, a desobediência não significa apenas punição; significa extinção.
E o que aconteceu a seguir, enquanto a festa continuava no andar de baixo, fingindo que nada havia mudado, foi descrito posteriormente em fragmentos de cartas encontrados em 1962 nos arquivos do Vaticano. Senadores escreveram a parentes no exterior, implorando-lhes que nunca trouxessem suas famílias a Roma. Porque Calígula não era apenas louco da maneira como os filmes gostam de mostrar; ele era pior. Um homem que compreendeu que poder absoluto significa que nenhum tabu pode te deter. Sem linha moral, sem lei divina. Se você for intocável, poderá testar até onde o mundo se curvará antes de se quebrar. E durante quatro anos, de 37 a 41 d.C., ele o testou. Ele transformou o império em um laboratório pessoal de humilhação e medo. Até mesmo Suetônio, o historiador romano que mais tarde escreveu sobre ele, se escondeu atrás de linguagem codificada para certos atos. As pessoas tinham medo de expressar toda a verdade em palavras claras. Mas alguns registros sobreviveram mesmo assim. Anotações censuradas, tabletes de cera rachados, cartas senatoriais que escaparam das chamas.
A questão não é se você consegue lidar com a verdade. A questão é se você está preparado para ver o que acontece quando um homem tem autoridade ilimitada e absolutamente nenhuma consciência. Então, vamos voltar para aquele palácio. Calígula entrou na sala e ninguém sabe quem ele escolherá em seguida.
Ato um. O bordel imperial: Calígula tomou parte do palácio imperial e o transformou em um bordel, mas não para cidadãos comuns. Isso era uma armadilha para as famílias mais importantes de Roma. Segundo Suetônio, Calígula enviou convites oficiais às residências dos senadores. A mensagem parecia inofensiva: um banquete no palácio, uma noite de celebração. Mas quando os casais chegaram, os homens foram separados das mulheres. Esposas e filhas eram levadas para aposentos privados, onde eram forçadas à prostituição para qualquer pessoa designada pelo imperador. Maridos e pais esperavam do lado de fora das portas. Eles conseguiam ouvir o que estava acontecendo. Eles não podiam entrar. Eles não podiam protestar. Protestar era acusar o imperador de desonra. Acusar o imperador era considerado traição. E traição significava a execução de toda a sua família.
Uma carta encontrada em Florença em 1978, escrita pelo senador Lucius Vitellius, descreve a noite em que sua esposa de 23 anos foi sequestrada. Ele escreveu que ouviu a voz dela através da parede: “Rezei aos deuses para ficar surdo”. Ele diz que não estava rezando por socorro; ele estava rezando para não ouvir. Quando ela voltou ao amanhecer, ele disse que eles não conseguiam se olhar. Algo dentro de ambos morreu naquele quarto. E então Calígula sorriu durante o café da manhã como se nada tivesse acontecido. Eis o que torna tudo ainda mais frio: Calígula mantinha registros contábeis. Uma tabuleta de cera preservada no Museu Britânico, datada de 39 d.C., lista mulheres nobres por nome, o número de clientes que foram forçadas a atender e o dinheiro que ganharam. Sim, ele cobrava dinheiro e o valor ia diretamente para o tesouro imperial. Não se tratava de luxúria. Foi uma demonstração. Calígula queria provar que podia pegar as mulheres mais respeitadas de Roma, reduzi-las a mercadorias e fazer com que seus maridos ficassem ali em silêncio. Se ele conseguisse fazer isso, então ele conseguiria fazer qualquer coisa.
Ato dois. O incesto como um espetáculo político. Calígula tinha três irmãs: Júlia Agripina, Júlia Drusila e Júlia Livila. Diversos historiadores concordam que ele dormiu com as três. Mas o mais chocante não é apenas o fato de ter acontecido, e sim que ele não escondeu; ele realizou o ato. Em banquetes em ambientes oficiais, Calígula ordenava que Drusila, sua favorita, se reclinasse ao seu lado, não como uma irmã, mas como uma esposa. Dio descreve jantares em que Calígula a tratava abertamente como um marido a trataria. Todos assistiram. Ninguém desviava o olhar porque desviar o olhar significava desaprovação, e desaprovação significava morte. Os estudiosos modernos acreditam que ele fez isso estrategicamente. Em Roma, o incesto era um horror social, mas entre os deuses, era normal. Júpiter casou-se com sua irmã, Juno. Os atletas olímpicos mantinham as linhagens sanguíneas puras. Portanto, quando Calígula praticava incesto em público, ele não estava apenas se satisfazendo. Ele declarava: “Eu não sou humano. Eu sou um deus”.
E, ao forçar os senadores a sorrir e aplaudir, ele os obrigava a aceitar essa afirmação. Quando Drusila morreu em 38 d.C., provavelmente de febre, Calígula a deificou oficialmente. Ele construiu templos para ela e ordenou que Roma a adorasse como uma deusa. Registros senatoriais indicam que ele visitava esses templos à noite e realizava rituais de casamento com a estátua dela como se ela ainda estivesse viva. Um filósofo romano, em uma carta cujo nome do autor foi posteriormente riscado, escreveu: “O imperador não está mais sujeito à mortalidade. Ele faz amor com mármore, acreditando que seja carne. Perdemos não apenas um governante são, mas também nossa capacidade de distinguir o imperador de Deus”. É preciso imaginar como fica o quarto depois de noites como essa. Velhos homens que outrora comandaram legiões agora estavam sentados rigidamente à mesa do imperador, rindo conforme o combinado, com as mãos tremendo sob as mangas. Mulheres retornando para suas casas como fantasmas. Todos entendendo a mesma coisa: as antigas regras de Roma, aquelas que mantiveram a república unida por séculos, agora eram o que Calígula dissesse que eram naquela manhã. E quando um governante prova que pode apagar a diferença entre o sagrado e o profano, entre família e propriedade, entre o homem e Deus, o próximo passo é transformar esse poder em esporte. E isso nos leva ao que ele fez em seguida. Porque, depois de ter feito os senadores assistirem enquanto ele destruía suas famílias e, em seguida, o aplaudiam enquanto se proclamava divino, ele passou para um novo tipo de entretenimento.
Ato três. O jogo dos gladiadores. Calígula não queria apenas obediência. Ele queria ver as pessoas se desmoronarem. Então, ele criou um entretenimento privado para seus banquetes. Algo concebido não para crueldade aleatória, mas para causar o máximo dano psicológico. Segundo fragmentos de diários recuperados perto de Pompeia em 1951, Calígula escolhia seus alvos cuidadosamente. Ele escolheu as esposas mais devotas de Roma, as mulheres conhecidas por sua estrita virtude, as elogiadas publicamente por sua lealdade, aquelas cujos nomes eram praticamente sinônimos de castidade. A questão nunca foi escolher alguém já envolvido em escândalos. O objetivo era destruir a própria imagem de pureza. Então ele escolheu os gladiadores, não os galãs favoritos do público, não os campeões consagrados. Ele escolhia os mais brutais, criminosos condenados, escravos marcados por cicatrizes, homens que ainda cheiravam mal à arena. Um banquete estaria em andamento. Senadores reclinados em sofás, tentando parecer relaxados enquanto o medo se instalava em seus corpos. Então Calígula daria a ordem. Uma mulher nobre seria arrastada para o centro da sala. Um gladiador era trazido diretamente do combate, sem banho, ainda manchado de sangue e suor. E o imperador sorria e dizia: “Entretenham-nos”.
Não havia ilusão de consentimento, nem fingimento de romance. Era uma ordem semelhante a mandar um criado servir vinho. A mulher teve que obedecer. O marido dela teve que assistir. Sua família teve que assistir. E no final, após a humilhação estar completa, todos na sala tiveram que aplaudir, porque não aplaudir significava insultar o imperador, e insultar o imperador significava traição. Um senador chamado Gaius Calpurnius Piso, o mesmo homem que mais tarde lideraria uma conspiração contra Calígula, escreveu uma carta que foi interceptada e preservada. “Vi minha esposa ser destruída diante dos meus olhos”, ele disse. “Não posso vingá-la sem condenar meus filhos à morte. Então eu sorrio, bato palmas e morro um pouco mais a cada dia”. Então ele acrescentou algo terrivelmente silencioso: “Mas um dia, o imperador aprenderá que até mesmo os mortos ainda podem empunhar uma adaga”. Quando a conspiração de Piso falhou, ele foi executado. Sua esposa foi executada. Seus filhos foram vendidos como escravos. E sua carta foi arquivada nos registros imperiais como um troféu ou uma advertência. Calígula não queria apenas envergonhar indivíduos. Ele queria dar uma lição ao Senado: sua honra me pertence. Sua casa é minha. Sua virtude só sobrevive enquanto eu quiser.
Ato quatro. O imperador que se casou com homens casados. Calígula reservava um tipo diferente de destruição para homens poderosos. Existe uma velha regra nas tiranias: não mate apenas seus rivais. Faça-os perceber que são impotentes antes de os apagar da lista. Calígula pegou essa regra e a aprimorou, transformando-a em arte teatral. Suetônio registra que Calígula se casou com pelo menos cinco homens durante seu reinado. Entre eles estavam romanos de alta patente, incluindo um cônsul chamado Lúcio Vitélio e um ator popular chamado Mnester. Essas não eram piadas inofensivas. Eram cerimônias públicas oficiais com véus, dote e linguagem jurídica. Uma tabuleta encontrada nos arquivos de Alexandria em 1989 contém parte de um desses contratos de casamento. Parece um documento real porque era um. Calígula consta como marido; Vitélio consta como esposa. Existem cláusulas sobre fidelidade, dote e obrigações conjugais. Imagine o que isso significava em Roma. Vitélio não era um cidadão indefeso. Ele era um dos homens mais influentes do império, e Calígula o obrigou a vestir-se com roupas femininas, usar um véu de noiva e ficar de pé no fórum diante de milhares de pessoas enquanto o imperador se casava com ele. Então, de acordo com vários relatos,
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